Polly Waterford precisa reencontrar seu próprio caminho depois de ir a falência com a empresa que tinha com o ex-namorado. Enquanto o banco tenta vender o antigo apartamento deles para quitar as dívidas, Polly precisa de um lugar para ficar. Porém, aos 32 anos, ela não quer ter que pedir ajuda aos amigos, muito menos voltar a morar com a mãe. Com um orçamento super limitado, existem pouquíssimas opções na cidade onde vive. Mas afinal, o que ainda a prendia ali? Decidida a explorar outras possibilidades, Polly encontra um apartamento grande e que cabe em seu orçamento: em Mount Polbearne, uma ilha na Cornualha, acessada apenas por barco ou por uma pequena ponte - ponte esta que fica disponível apenas algumas horas por dia quando a maré está baixa. Pitoresco para dizer o mínimo, não é? O apartamento está em péssimo estado, assim como quase toda a ilha, abandonada às intempéries do tempo e do mar. Entretanto, reunindo toda a coragem e força que ainda possui, Polly se muda para o apartamento, tentando pensar que é apenas uma medida provisória, só até ela conseguir um emprego e se reerguer. Assim, para manter a cabeça longe dos problemas, Polly literalmente põe as mãos na massa e se dedica ao passatempo favorito: fazer pães. Mas, conforme a moça conhece as pessoas na cidade e oferece seus pães, tentando criar vínculos de amizade e até mesmo fazer algum dinheiro, ela começa a encontrar mais problemas. Acontece que a única padaria da cidade tem como proprietária uma senhora muito estressada e que está indignada por Polly ter a ousadia de tentar roubar sua clientela. Ah, e por acaso, a mesma senhora é a dona do apartamento que Polly alugou. Porém, acredite, este é apenas um dos novos percalços na vida da protagonista, que enfrentará desde desafios pessoais, para descobrir o que realmente quer para sua vida, e o que precisa fazer para alcançar seus objetivos, até problemas envolvendo relacionamentos e amor. Apesar de tudo o que acontece com a personagem, o que mais gostei sobre a Polly é que ela nunca perde a coragem ou a força de recomeçar. Ela tem seus momentos de fraqueza sim, de cair no choro e precisar de amparo, mas ela sempre acorda no dia seguinte tentando ver o lado bom das coisas, com sua força renovada e buscando ser feliz. A história traz uma ótima mensagem sobre crescimento pessoal, sobre acreditar em si mesma e seguir o que pede seu coração. Inclusive, eu acredito que A Padaria dos Finais Felizes é justamente um livro sobre isso: crescimento e superação - muito mais do que um livro romântico. A protagonista se envolve em um triângulo amoroso - elemento que algumas pessoas adoram, mas que eu, particularmente, não gosto em um livro - mas o foco da história não foca apenas no desenrolar do romance. No decorrer da história, a gente também se envolve com a vida de toda a pequena cidade. Desde os pescadores, à senhorinha da padaria, até aos amigos malucos da Polly. Esses personagens secundários dão tons diferentes ao enredo, às vezes despertando drama e as vezes boas risadas, e isso tornou a leitura muito dinâmica. Apesar de gostar do livro, também acho importante destacar algum dos pontos negativos. Primeiramente, a escrita da autora é um pouco confusa, ela escreve trechos com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, e apresenta saltos temporais "estranhos". Em alguns momentos eu não conseguia saber se a protagonista estava relembrando algo ou presenciando. A grande quantidade de personagens também pode deixar o leitor um pouco perdido, tentando lembrar quem é quem. Além disso, os personagens, tanto os principais quanto os secundários são super indecisos e enrolados, fazendo com que a trama desse voltas desnecessárias para chegar a uma conclusão óbvia. Embora o foco da história não seja o relacionamento da protagonista com seu par amoroso, o final do livro vem para satisfazer nossos desejos românticos, com cenas dignas de filmes da sessão da tarde. Então, se você gosta de narrativas descontraídas, A Padaria dos Finais Felizes pode ser uma escolha excelente! P.S. A termo de curiosidade, uma vez que as descrições da ilha foram uma das coisas que mais me encantaram nesse livro, eu decidi pesquisar mais a respeito da Cornualha, que é um condado da Inglaterra, e trouxe algumas informações para vocês. Até onde pude descobrir a ilha de Mount Polbearne não existe, mas a autora se baseou na ilha de St Michael Mount, uma ilha da maré, conectada a cidade de Marazion por uma ponte estreita e que só fica disponível para passagem a pé durante 4 horas por dia, sendo engolfada pelo mar durante todo o restante do tempo. - O site da cidade mostra como a ilha fica durante as diferente marés, e eu achei tão legal! É uma ilha turística e possui apenas 30 habitantes fixos. Fiquei encantada e com muita vontade de conhecer!